domingo, novembro 27, 2011

Pioneiros: Uma outra visão

Pessoal, li esse texto há algum tempo atrás no blog Café Mateiro http://cafemateiro.wordpress.com, e gostaria de compartilhar com vocês.

No dia 29/06 foi comemorado o dia do Pioneiro. Sem tanto alvoroço, é verdade, como seria um dia de São Jorge ou de São Francisco de Assis.

Mas há motivos, sim, para celebrá-lo, pois é de se admirar o trabalho de mestres e dos próprios pioneiros e pioneiras em ainda manter viva a chama desse ramo, que se houvesse uma maneira de medir, seria um dos principais do escotismo. É no ramo Pioneiro onde preparamos estes(as) jovens para que “tomem a partida” e, um dia, já podendo contar com uma vivência, possam retornar ao grupo para se juntarem aos adultos que se dedicam à causa escoteira.


Baden-Powell, no livro Escotismo para Rapazes, narra a história de uma tradição indígena, onde o rapaz a certa idade era pintado de branco e jogado na selva sozinho, apenas com um escudo e uma lança. A tinta durava um mês e era impossível lavá-la. Durante esse período, caso alguém o encontrasse, era orientado a matá-lo. Se o jovem conseguisse sobreviver durante este mês até que a tinta desaparecesse, ele seria recebido por sua tribo como um guerreiro e isso era motivo de alegria entre os indígenas.

Claro que a prática é cruel, mas a tradição pode ser lida como exemplo do que ocorre no ramo Pioneiro, onde lhes preparamos para enfrentar a “selva”, para logo voltarem como guerreiros (adultos) ao movimento escoteiro.


A plenitude do ramo. A maior discussão que ocorre, hoje, no movimento escoteiro é a fórmula (por chamá-la de alguma maneira) de se “captar” adultos comprometidos. Inclusive existe a premissa de que é impossível obter um voluntariado que não seja o já existente no próprio movimento. E partindo daí, há os que instruem pioneiros para que sejam chefes.
Se me é permitido opinar sobre esse assunto, o ramo Pioneiro não deve, ou não deveria, servir de escola de chefes, mas, sim, ser vivido em sua totalidade; ser aproveitado ao longo da faixa etária que é atribuída ao ramo. E mesmo que lhe seja permitido a um Pioneiro ser chefe, ele ainda precisará entrar na “selva” para que possa adquirir vivência e, aí sim, terá o que ensinar aos garotos e garotas mais novos.



Mão de obra Pioneira?

Muito se fala no lema Pioneiro e em todo o significado que gira ao seu redor. A máxima é a de SERVIR, ou seja, a de deixar que eles, os pioneiros, sirvam, o que é diferente de servir-se do ramo.
Quando o ramo aparece em comunicados de nossas instituições ou em listas de e-mails, sempre se fala sobre seus trabalhos junto à comunidade, mas não dedicamos muita atenção ao preparo do Pioneiro para o “servir”.

Deixamos, por exemplo, que pintem escolas, construam cercas, mas não lhes instruímos a participarem de cursos do SENAI para que possam, então, fazer um trabalho de carpintaria ou de marcenaria e melhor ajudarem a comunidade.

Há alguns meses, recebi um relato de um pioneiro que, junto ao seu Clã, participou da construção de um banheiro para uma escola. Ao acabar o serviço, o pioneiro “sentiu-se envergonhado pelo trabalho que tinham feito, pois a construção estava precária, torta e não duraria muito”, segundo suas palavras.

Ao terem passado pelo sistema de especialidades nos ramos menores, os pioneiros a esta altura terão desenvolvido interesses por diversas áreas. E nestas áreas, e já com alguma prática, é onde o pioneiro poderia ajudar sua comunidade. Ou, como alternativa, passarem por workshops, cursos ou palestras antes de “colocar a mão na massa”. Em suma, dar-lhes ferramentas para que possam cumprir o lema do ramo: servir.



E aí, gostaram? Um bom servir para vocês!

Abraço, Laíza Pedralli.

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Coordenação do ramo Pioneiro do Paraná
Coordenação do ramo Pioneiro do Paraná